Adriana Moreira era uma das muitas acompanhantes em Fortaleza que passavam pelas ruas mais quentes de Fortaleza todos os dias tentando encontrar clientes em potencial que estavam dispostos a pagar em troca de sexo.
Durante os três anos em que trabalhou como acompanhante em Fortaleza, ela sofreu todo tipo de abuso por parte de clientes pervertidos que não respeitam as garotas com quem estão. Mas durante esses anos em que esse era seu modo de vida, ela também encontrou clientes sensíveis e preocupados com o bem-estar delas. Alguns até confessaram estar completamente apaixonados por ela e, um deles, tentou tirá-la do mundo da prostituição. Ele lhe deu uma câmera profissional e o convidou a se dedicar a fotografia.
O início de Adriana Moreira como fotógrafa
Embora Adriana não tivesse inicialmente certeza de que seria bem-sucedida como fotógrafa para viver da profissão, ela logo começou a receber o apoio de muitas pessoas interessadas nas fotografias que tirava.
A principal razão para seu inesperado sucessp foi o tema que refletia em suas fotos. Um estilo surpreendente, ousado e inconfundível: fotografar edifícios e peças arquitetônicas a partir de ângulos que se relacionam com órgãos sexuais ou posições sugestivas. Desde então, sua fama cruzou fronteiras e hoje seu nome é um dos assuntos mais comentados no campo da fotografia e da arquitetura.
Edifícios com forma de órgão sexual
Adriana conta como a primeira vez que pensou em fotografar esse tipo de coisa foi dentro de uma biblioteca. “No meu tempo livre, gosto de ler e fui a uma biblioteca em Fortaleza, perto da minha casa. Subi ao último andar, havia um panorama impressionante e notei que as escadas pareciam uma vagina. Essa foi minha primeira foto«.
Desde então, ela começou a olhar para os edifícios de uma maneira diferente e sempre tentava encontrar o ângulo ideal para que todos possam associar a peça arquitetônica a uma prática sexual. Às vezes, é muito simples, porque o próprio arquiteto os concebeu com essa ideia, como acontece com a Casa do século ou o Domestikator, do holandês Joep van Lieshout.
Outras vezes, porém, é ela que deve fazê-los parecer algo que realmente não existe. «Às vezes, para obter a aparência desejada, você precisa girar a câmera ou até fazer uma colagem com fotos sugestivas em segundo plano«.
Giulia Marsico, seu grande exemplo e inspiração
Como Adriana abandonou sua vida como acompanhante em Fortaleza para se dedicar à fotografia erótica, muitas pessoas a compararam a Giulia Marsico, especialista nesta arte, com fotografias extremamente sugestivas e até explícitas nas quais os órgãos masculino e feminino são sempre censurados para peças arquitetônicas estrategicamente colocadas.
“Eu amo o que Giulia faz. Mas nós somos diferentes.» Adriana diz que, no momento em que prefere permanecer ambígua, deseja que seus trabalhos não sejam tão explícitos e até pornográficos, mas que haja mais espaço para a imaginação e que ela simplesmente brinca com a ideia do que poderia ser e não o que, sem dúvida, é.
Não se arrepende de ter sido acompanhante
Embora ela admita que está muito mais feliz agora que abandonou a prostituição, Adriana diz que não se arrepende, mas confessa que foi um período difícil para ela. “Não me divertia muito, mas sinceramente acredito que, se nunca tivesse trabalhado na prostituição, nunca teria encontrado aquele cliente que abriu meus olhos e me deu a câmera com a qual faço todo o meu trabalho”.
Da mesma forma, o fato de trabalhar como profissional do sexo influenciou-a, sem dúvida, para que seus trabalhos fotográficos estivessem relacionados ao mundo do sexo, que, afinal, foram as chaves do seu sucesso.